sexta-feira, 30 de março de 2007


VÔO 1907, SEIS MESES DEPOIS

Nesta quinta feira (29/3) foi dada a posse ao jornalista Franklin Martins como ministro-secretário da Comunicação Social, o presidente Lula condenou o que ele chamou de jornalismo chapa-branca. Mas o que está acontecendo na cobertura da maior tragédia em céus brasileiros é algo muito pior do que o jornalismo oficial. Há seis meses, desde aquele trágico 29 de setembro, o governo tenta controlar o noticiário e esconder embaixo do tapete os desdobramentos do doloroso episódio. Não se trata de manipulação jornalística, é manipulação política. Na quinta-feira, o aniversário foi comemorado com dois eventos: um apagão aéreo em Manaus, com todas as aparências de ter sido provocado por uma greve branca dos controladores de tráfego aéreo, e a decisão do STF que valida outra decisão, esta da Câmara dos Deputados, de instalar uma CPI sobre o caos aéreo. É preciso não esquecer que o desastre ocorreu dois dias antes do primeiro turno das eleições presidenciais e que, nas semanas seguintes, o ministro da Defesa, Waldir Pires, empenhou-se ativamente em culpar os pilotos americanos, ignorando o sofrimento dos controladores de tráfego aéreo de Brasília que conhecem o outro lado da tragédia.O presidente da República está no auge da sua popularidade, as posses dos novos ministros são verdadeiros shows políticos, mas cada vôo comercial hoje no Brasil converteu-se em comício oposicionista.

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